quarta-feira, 1 de abril de 2009

Professores criticam decisão do Governo

Os professores grevistas da rede estadual de ensino foram surpreendidos ontem pelo comunicado emitido pelo Governo do Estado ameaçando cortar o ponto salarial dos profissionais que não voltarem às salas de aulas. A categoria está paralisada desde o dia 2 de março reivindicando a equiparação salarial com o piso unificado, a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para os funcionários da escola e o cumprimento das exigências do PCCS dos professores. Rômulo Arnoaud, membro da regional de Mossoró do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (SINTE/RN) comenta que a decisão da Secretaria de Educação do Estado tem por objetivo intimidar a categoria. "Mesmo assim, o movimento não vai enfraquecer. Historicamente é comum os governantes fazerem este tipo de ameaças. Mesmo que eles descontem o nosso salário, acredito que terão que ressarcir depois", argumenta. Hoje à tarde a categoria se reúne em assembleia, em Natal, quando irão avaliar as atividades da greve e traçar novas metas para o movimento. Na última assembléia, um dos pontos altos da discussão foi a pauta que pede a demissão do atual secretário de Educação do Estado, Ruy Pereira dos Santos. O sindicalista reforça ainda que desde o início da greve a categoria ainda não foi recebida oficialmente pelo secretário, que se recusa a apresentar uma contraproposta para o sindicato. "A única vez que falamos com Pereira foi informalmente em uma visita que ele fez a Mossoró", completa. O Governo afirmou, na nota publicada ontem, que tem aumentado a remuneração dos professores e não tem se ausentado das mesas de negociação. Ainda segundo a nota, a folha de pagamento mensal da Educação aumentou 184% de 2003, quando era 18 milhões de reais, para R$ 51 milhões em 2009. Só na regional de Mossoró, o Sinte abarca nove municípios da região, o equivalente a 1.700 professores. ATO PÚBLICO. Os professores da regional de Mossoró do Sindicato dos Trabalhadores em Educação organizam um ato público, às 10h, na praça da Independência, (em frente ao Mercado Público). O encontro irá discutir publicamente as pautas que compõem as reivindicações da categoria e esclarecer a população sobre o objetivo do movimento. O professor Rômulo Arnaud reforça que a decisão do Governo em colocar falta nos professores será levada a público.