Apodi - Diante das possibilidades iminentes de acidentes e da destruição do patrimônio cultural e histórico apontadas pelos especialistas das reportagens veiculadas no JORNAL DE FATO, os principais produtores de cal da região Oeste se reuniram ontem e decidiram suspender definitivamente o uso de dinamite na extração de pedra de calcário. Com relação ao Lajedo do Soledade, decidiram suspender toda e qualquer retirada de pedra das regiões próximas.A reunião contou com mais de dez empresários. Aconteceu no Salão de Eventos do Centro de Atividades Artesanais do Lajedo de Soledade, com a presença da presidente da Fundação dos Amigos do Lajedo de Soledade e Secretaria Municipal de Turismo, Maria Auxiliadora da Silva Maia, "Dodora", além dos moradores da comunidade e trabalhadores quebradores de pedra da região.A decisão foi comemorada pela comunidade científica, que busca no lajedo estudar pinturas rupestres e fósseis de animais que viveram há cerca de 150 milhões de anos.A atitude dos empresários produtores de cal também foi comemorada pelos moradores que lutam pela preservação das áreas do Urubu, Araras e Olho D'Água há décadas, sendo que nunca foram recebidos pelos empresários. "Este foi um acontecimento histórico para nossa região", diz Dodora, lembrando que a reunião do dia 29 próximo está agendada para tratar do mesmo assunto na presença das autoridades. Liderados pelo engenheiro químico Elson Marinho, os produtores de cal da região de Apodi, Felipe Guerra e Governador Dix-sept Rosado vão constituir uma Cooperativa e, definir, junto com autoridades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA), Instituto Chico Mendes/CECAV, entre outras entidades, um local onde exista uma grande jazida afastada das áreas de preservação para extração de calcário de forma sustentável e, principalmente, com segurança.
O Mossoroense
