Categoria decidiu encerrar o movimento grevista e as aulas serão retomadas nesta terça-feira (7).
Os professores da rede estadual encerram na tarde desta segunda-feira (6) a greve que durou 35 dias. A justificativa para voltar às aulas foi evitar uma “queda-de-braço” com o Governo do Estado. Para a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), Fátima Cardoso, apesar de a categoria desistir da greve, “a luta continua”. “Nós tivemos uma audiência hoje bastante proveitosa, com a presença de várias pessoas. No entanto, não podíamos continuar com essa greve, pois não queríamos chegar a uma queda-de-braço com o Governo do RN. Contudo, nossa luta continua e vamos dar sequência às negociações com a governadora Wilma de Faria”. Fátima Cardoso afirmou ainda que mesmo com a suspensão do movimento grevista, o sindicato cumpriu seu dever. “Nós cumprimos com o dever de cobrar. Com isso, gostaríamos de agradecer a toda a população, pois o apoio fortaleceu ainda mais nossa luta”. Agora, os professores da rede estadual voltam as suas tarefas nesta terça-feira (7). No interior e até mesmo na capital, onde o movimento era mais forte, vários deles já estavam dando aulas.
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Os professores da rede estadual de ensino aceitaram a proposta do Governo e suspenderam, ontem à tarde, a greve por reajuste de salários e implementação do piso salarial e do plano de carreira da categoria, que volta hoje à sala de aula. Durante a assembleia realizada na Escola Estadual Winston Churchill também foi decidido que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE-RN) negociará com o Governo sobre a reposição das aulas pelos 26 dias úteis parados. A reposição será feita de acordo com o calendário a ser estipulado pelos conselhos das 122 escolas do Estado.A coordenadora do Sinte-RN, Fátima Cardoso, explicou que a suspensão da greve não implica em paralisação do movimento reivindicatório dos professores: "Vamos acompanhar a implementação do acordo pelo governo, que se não cumprir o que foi dito, a greve volta."O enfraquecimento da greve acabou influindo na decisão da assembleia, conforme reconhecia o Sinte-RN, ao distribuir o jornal "Extra Classe" para os 200 professores que estariam no Winston Churchill. "Os números de colegas que estão de volta ao trabalho tornou inviável a continuação do movimento grevista", dizia o boletim sindical.Fátima Cardoso informava, inclusive, que apenas 15 escolas da rede estadual de ensino em Natal estavam com as aulas paralisadas, enquanto outras 39 funcionavam parcialmente. Outro membro do colegiado do Sinte-RN, José Teixeira da Silva, também confirmou que, para haver a suspensão da greve, "o compromisso do Governo foi o de não fazer retaliações", como o corte de ponto dos professores pelos 36 dias da greve, que foi iniciada em 2 de março. Como a proposta do governo só atende aos professores que estão na ativa, o Sinte-RN decidiu brigar na Justiça pelos direitos dos aposentados e pela isonomia salarial entre os ativos. Uma ação vai pedir que a Justiça obrigue o Governo a cumprir o plano de carreira do magistério, pois, pela lei, os aposentados têm direito a receber todos os reajustes concedidos aos profissionais da ativa. Outra ação vai cobrar a isonomia salarial entre os profissionais da ativa.Pelo acordo feito com o Governo, em abril haverá promoção horizontal (pelas letras) para 3.331 profissionais, que terão acréscimos salariais que vão de 5% a 25%. Já, em relação aos sete mil professores que terão promoção vertical, os mais beneficiados serão os de nível médio letra "A", que terão um reajuste salarial de 40%, o mesmo a ser concedido aos professores do quadro suplementar que fizeram licenciatura. Somente os professores aposentados, de nível médio, terão o salário corrigido. Ao todo, são mil profissionais, de um total de oito mil.Com relação ao que o governo chama de "implementação de piso", segundo o Sinte-RN, o Governo considerou a jornada de 30 horas/aula e com piso ainda de R$ 950,00. O valor do reajuste entrará na folha de agosto. Segundo o Sinte-RN, estariam nessas condições todos os profissionais da letra "A", em início de carreira, e alguns da "B", que terão reajuste de 14,94%. Mas, a maioria dos professores de letras "B" e "C" terá reajuste de 9%, e os de letras "D" a "F", 4%. Já, os profissionais de letras "G", "H", "I" e "J" não terão correção na letra do piso, no entanto, as letras "G", "H" e "I" terão os 5% relativos à promoção de uma letra prevista para agosto. A letra "J" não terá reajuste.