28/02/2009 - Tribuna do Norte. A próxima segunda-feira, data marcada para o começo oficial do ano letivo na rede estadual de ensino, pode ser também o primeiro dia de greve dos professores e trabalhadores da educação pública. A categoria se mantém firme em suas exigências e a reunião com o secretário Estadual de Educação (SEE), Rui Pereira, acabou não tendo o resultado esperado, pelo menos, na visão dos professores. Com isso, a assembleia que confirmará ou não a paralisação por tempo indeterminado está mantida para o primeiro dia letivo de 2009. A principal insatisfação dos professores ainda é a implantação do plano de ascensão vertical e horizontal, que para a categoria diz ter um reflexo direto no piso salarial. “A reunião não teve nenhum avanço em relação ao que ficou indefinido anteriormente. Isso, impossibilita qualquer acerto entre as duas partes. Manter esse ponto de vista é uma atitude impensada do Governo, algo desanimador”, afirma o professor e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte/RN), João Pessoa. O Sinte confirma ainda que a assembleia da categoria será aberta às 8h de segunda-feira, no Colégio Estadual Winston Churchill. Caso a greve seja a opção para conseguir as reivindicações junto ao Governo, ela deve começar no mesmo dia, paralisando o ano letivo estadual logo em seu primeiro dia e deve se estender também às escolas do ensino básico da rede. “O secretário afirmou que pretende se reunir novamente com a governadora Wilma de Faria, que chega de viagem neste final de semana, e vai dar uma nova resposta sobre as reivindicações. Nós a esperaremos até a segunda-feira”, explica João Pessoa. Com outra visão sobre a reunião, o secretário Rui Pereira não acredita que vai conseguir falar com a governadora antes da data esperada pela categoria. “Nós não ficamos de dar nenhuma resposta até segunda-feira. Acreditamos que não há a menor possível de encontrar a governadora neste final de semana. Mas, ficamos de falar novamente com o Governo e levar a forma como pensa a categoria a respeito do reflexo do plano de ascensão vertical horizontal no piso salarial. Nossa esperança é que eles aceitem essa primeira proposta, que já prevê a implantação do plano de ascensão vertical e horizontal ainda em abril de 2009 e, depois, continuaremos o debate sem haver a necessidade de greve”, explica Rui Pereira. A visão do Governo, porém, ainda é clara: o plano não interfere no piso salarial. “A reunião foi importante porque pudemos discutir pontos de vistas diferentes. Apesar de o Governo manter, até o momento, uma postura diferente da mostrada pelo sindicato, acredito que o resultado da assembleia da categoria será positivo. O principal receio deles era de não haver a reposição correta dos professores que logo se aposentarão na rede estadual, mas isso nós asseguramos”, explica Rui Pereira. O secretário explica ainda que em meio ao momento de crise financeira que o Estado enfrenta, a implantação do plano de ascensão ainda em abril deste ano mostra a boa vontade do Governo em resolver o impasse. “Apresentamos uma proposta concreta a categoria. Para se ter uma ideia, a implantação representa um impacto de R$ 32 milhões em dois anos aos cofres públicos. Além disso, garantimos que os professores poderão se aposentar no período certo e que chamaremos os professores concursados para não causar deficit na educação”, garantiu Rui Pereira.