quarta-feira, 25 de março de 2009

Professores decidem manter greve nas escolas do Estado

A assembleia realizada na manhã de ontem pelos professores da rede estadual de educação, no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi), serviu para reafirmar o movimento grevista. De acordo com o coordenador de comunicação do Sindicato do Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte), Rômulo Arnaud, a ausência de respostas do governo fez a categoria manter a greve.
"Nós entregamos segunda-feira a nossa contraproposta e até agora o governo não se pronunciou", disse Rômulo. Na assembleia realizada em Natal, na segunda-feira, os trabalhadores aprovaram uma contraproposta para encerrar a greve definitivamente. A proposta dos trabalhadores contempla um reajuste para toda a categoria de 17%. "Nós deixamos um pouco de lado a questão do piso e preferimos o reajuste linear de 17% que vai contemplar toda categoria", explica o coordenador.
Ainda segundo ele, esse percentual representa as perdas acumuladas de março de 2006, a março de 2009. Os cálculos foram apresentados na assembleia pelo supervisor técnico do Dieese, Melquisedec Moreira. Além disso, a proposta ainda solicita a incorporação imediata das gratificações e a formação de uma comissão para elaborar o Plano de Carreira para realizar sua implementação até o final do governo Wilma.
Ainda assim, Rômulo garante que os trabalhadores estão preparados para abrir mão de algumas reivindicações. "Com certeza estamos preparados, porque em uma negociação as partes devem abrir mão, pois se formos irredutíveis não haverá acordo. Dificilmente nós vamos ter tudo que queremos, porque os governos utilizam como justificativa a questão da crise mundial, mas eu espero que o movimento avance, porque até agora o governo só ofereceu o que já é de direito", esclarece.
Os trabalhadores cobraram ainda, através da contraproposta, o pagamento das promoções atrasadas de agosto deste ano até dezembro de 2011 e a publicação de uma "letra" para os 18.298 educadores para maio deste ano. "Nós estamos lutando por isso, porque até agora as propostas deixaram os aposentados de fora e isto é uma incoerência, são três anos de salários congelados. E está na lei, os aposentados devem ter o mesmo salário dos ativos", frisa Rômulo.
A categoria já marcou uma nova assembleia para a próxima segunda-feira, 30, às 9h, no auditório do Sesi. Até lá os professores aguardam alguma resposta do governo à contraproposta feita pelos educadores. O Sinte realizará também uma assembleia em Natal, na sexta-feira, 27. "Dependendo do resultado da assembleia em Natal, nós decidiremos se encerramos a greve", afirma Rômulo.