
Em Areia Branca: Professores da rede municipal de educação reafirmaram, ontem à tarde, depois de outra assembleia da categoria, manter a greve iniciada há uma semana. Desde sexta-feira, 13, eles esperam um entendimento com o prefeito Manoel da Cunha Neto, o "Souza", que reluta em atender as reivindicações.A informação é que pelo menos 85% dos professores estão parados. Os servidores cobram a reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Salário (PCCS), que já tem mais de 10 anos e não atende mais as necessidades dos profissionais. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Areia Branca (SINSPUMAB), o documento não prevê carreira e apresenta discrepâncias com os níveis."Para se ter uma ideia, recentemente foram criados alguns cargos no município, é o caso dos assistentes sociais, que trabalham 20h e recebem R$ 800,00, enquanto o professor ganha R$ 596, por trinta horas. Professor de nível médio só recebe um salário mínimo", reclama a professora Dalva Vieira.O presidente do Sindicato, Pedro Neto, afirma que a Prefeitura está pagando o piso nacional como abono. "O piso vai ser implantado integralmente até 2010, só que o prefeito já deveria estar pagando dois terço dele. O problema é que, ao invés de salário-base, está pagando como abono", reclamou.Dessa maneira, explica Pedro, o salário-base do nível médio sofreu uma diferença de R$ 35,00. No caso da letra "D", última letra do PCCS, a diferença foi de apenas R$ 135,00.Os sindicalistas rebatem as informações do prefeito Souza, de que está havendo redução nos repasses federais para os municípios. De acordo com eles, considerando os três últimos relatórios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FUNDB), não houve redução significativa que justifique retração nos reajustes."Verificamos os relatórios do Fundeb de janeiro e fevereiro, e acompanhamos o de março, (detalhes no infográfico) e verificamos que a redução foi muito pequena e acompanha as oscilações que são comuns", acrescentou Dalva.O problema maior se concentra entre os professores do Proformação, que concluíram o curso há oito anos e até o momento ninguém subiu de nível. Pelo menos 49 profissionais aguardam a publicação do Projeto de Lei, que foi aprovado por unanimidade pelo Legislativo e sancionado pela prefeitura desde fevereiro do ano passado.O Sinspumab entrou com um mandado de segurança, pedindo a publicação do projeto, porém, segundo Dalva, o prefeito entrou com uma contestação para revogar o documento.A situação entre professores e Executivo esquentou depois que o prefeito divulgou uma nota, no domingo, 15, chamando a greve de intempestiva e garantindo que quase ninguém tinha aderido ao movimento. Essa atitude fez com que os sindicalistas ampliassem a discussão e provocassem maiores debates. (...).
O Mossoroense