
Especialista diz que é necessário ver valores cobradosAlém desta possibilidade real de receber de volta os recursos debitados no período de 1998 a 2004, o gestor público pode também contratar um escritório de auditoria especializado para revisar os parcelamentos feitos como INSS. Em muitos municípios, os valores cobrados não condizem com os valores devidos. Alguns têm até crédito para receber, ao invés de pagar.Segundo Paulo Barra, a Súmula Vinculante n.º 8. Editada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2008, prevê que os débitos previdenciários prescrevam em cinco anos. "Estão cobrando contas de dez anos atrás, é preciso expurgar esses valores, através de uma revisão nos parcelamentos feitos até agora pelos gestores públicos", destaca o advogado.Entre os municípios que revisaram os valores devidos e requereram valores cobrados a mais no período de 1998 a 2004 no INSS, está Riacho da Cruz, na região Oeste. "Nesta cidade, fizemos o trabalho e a Receita Federal já concluiu a inspeção deles. No final das contas, conseguimos reduzir cerca de R$ 40 mil na retenção na fonte feitas mensalmente pelo INSS", diz.Para o prefeito Marco Aurélio, o valor pode significar pouco para um município de grande porte, mas é fundamental para um cidade com menos de 5 mil habitantes e que tem como única fonte de renda o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que sofreu reduções drásticas nos últimos meses devido à crise econômica municipal.
Apodi tem mais de 200 prejudicados devido ao não-recolhimento do INSSEm quase todos os municípios da região Oeste, são registrados casos de servidores públicos que não tiveram o percentual devido ao INSS recolhido pela Prefeitura. É o caso de Apodi, onde a atual administração constatou vários casos de gestores passados que não recolheram o INSS e os servidores estão encontrando dificuldades para se aposentar por tempo de contribuição.Neste caso, segundo o auditor fiscal Jaciã Anísio Marques da Silva, o servidor público precisa somente comprovar, ao requerer o benefício da aposentadoria no INSS, com Carteira de Trabalho, contracheque e qualquer outro meio, que prestou o serviço à Prefeitura naquele determinado período, para ter o benefício da aposentadoria concedido sem prejuízo pelo INSS.Neste caso, caberá à Receita Federal cobrar o valor devido à referida prefeitura. É desta maneira que surgem os grandes débitos misteriosos nos municípios. De cerca de mil servidores da Prefeitura de Apodi, pelo menos 200 estão seguindo as orientações da Receita Federal para comprovar que trabalharam na Prefeitura e assim ter o direito à aposentadoria por tempo de contribuição.Para o servidor que está na ativa, o auditor da Receita Federal recomenda guardar o contracheque, contratos de trabalho ou carteira de trabalho e, uma vez e outra, pesquisar no site do Ministério do Desenvolvimento Social (www.mds.gov.br) se o órgão público ou empresa privada onde ele trabalha está recolhendo o INSS.