A Polícia Civil de Pau dos Ferros prendeu um advogado baiano que supostamente estaria à frente de um esquema montado para burlar o sistema de segurança durante o concurso para agentes penitenciários do Estado. Ao todo, quase dez pessoas chegaram a ser detidas na cidade, todas naturais da Bahia, sob suspeita de estarem participando do esquema, mas apenas o advogado foi autuado em flagrante porque estava fazendo a prova em nome de um outro candidato. Nas outras três cidades onde foi realizado o certame, não houve nenhuma anormalidade.Desde o início, a maior preocupação das autoridades era com relação a tentativas de fraudes. A Inteligência da Polícia Civil de Natal, juntamente com os policiais da Delegacia Regional de Pau dos Ferros, já tinham informações de que poderia haver uma tentativa de fraude na cidade. O esquema começou a ser desmantelado quando os baianos tiveram seus telefones recolhidos antes da aplicação das provas, como era previsto no concurso. "Foi a partir daí que a coisa começou a desandar pro pessoal. Eles já perderam a sua comunicação", conta um PM daquela cidade.Porém, a única prisão que configurou-se num flagrante de delito foi a do bacharel em direito Israel Rodrigues de Melo, que é natural e residente na cidade de Juazeiro, na Bahia, de onde veio a maioria dos candidatos detidos sob suspeita. Com ele, foi apreendida uma carteira de identidade falsificada em nome de João Batista Domingos da Silva, este natural de Sobradinho, também na Bahia. O advogado estava dentro do banheiro, consultando dados que ele havia colocado dentro da roupa. Depois de responder a prova, o advogado passaria as respostas para os baianos.Em Mossoró, o delegado regional Caetano Baumman de Azevedo afirma que as provas foram aplicadas sem nenhum tipo de problema, assim como em Caicó e Natal, cidades onde os mais de 20 mil candidatos responderam as questões do certame. O secretário de Justiça e Cidadania do RN, Leonardo Arruda Câmara, também fez questão de destacar tranquilidade nas outras três cidades. Somente em Caicó, dois celulares foram apreendidos com candidatos que não os entregou para a organização do evento. "Fora Pau dos Ferros, foi tudo dentro da normalidade", diz."O número de inscritos foi um recorde. Foram mais de 20 mil. Aqui em Natal não houve nenhuma alteração. Nós já tínhamos criado um mecanismo de fiscalização intensa com uso de detectores de metais. Em todas as salas de aula havia vários fiscais para evitar qualquer coisa", conta Leonardo Arruda, destacando ainda que os novos agentes serão empossados antes do prazo normal devido à grande necessidade do RN. "O concurso está dividido em cinco fases. Acreditamos que a última seja realizada já com os agentes trabalhando, todos nomeados", finaliza Arruda.Grande número de inscritos era a principal preocupaçãoO altíssimo número de candidatos inscritos no concurso para agente penitenciário do Rio Grande do Norte, que gerou o índice de mais de 50 candidatos por vaga (mais de 20 mil), preocupou a organização do certame desde o princípio.Entre as medidas de segurança que foram adotadas para prevenir, destaque para a utilização dos detectores de metais na entrada dos candidatos nas salas de provas. Todos os concorrentes tinham que ser vistoriados antes.Fora isso, foram utilizados também um equipamento chamado digiselos, que são usados na coleta da impressão digital de todos os candidatos presentes no dia da prova.Tanta preocupação, explica o secretário de Justiça e Cidadania do RN, Leonardo Arruda Câmara, é para evitar que pessoas de má conduta possam levar algum tipo de vantagem na realização do certame. A remuneração inicial para a categoria é R$ 1.470,00 e as vagas serão destinadas às penitenciárias e cadeias públicas localizadas em Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, Caicó, Mossoró, Pau dos Ferros e Caraúbas.
