terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um dia que ficará na História dos Estados Unidos da América

Em meio a uma profunda crise nacional, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ontem aos norte-americanos que sejam otimistas e disse que sua posse hoje como o primeiro presidente negro dos EUA aumentará o trabalho de "renovar o compromisso desta nação". Obama fez as declarações no dia de tributo ao líder das lutas pelos direitos civis Martin Luther King Jr. O presidente eleito visitou soldados feridos em um hospital militar na capital americana e em seguida esteve em um abrigo para adolescentes pobres. Ele pediu aos americanos que lembrem de Luther King Jr. e da luta do líder, nascido há 80 anos e morto em 1968, pelos direitos civis.A cerimônia de posse de Obama começará 13h (hora de Brasília), quando ele irá jurar a Constituição. Ele fará seu primeiro discurso como presidente dos EUA às 15h (de Brasília)."Nós honramos esse legado, esse não é um dia apenas para descansar e refletir - é um dia para agir", disse ontem Obama. "Eu peço ao povo americano que reúna a energia de hoje (ontem) para o compromisso de enriquecer as vidas dos outros nas suas comunidades, nas suas cidades, no seu país". Obama lembrou que Luther King Jr. colocou sua vida ao serviço dos outros, ao lutar de uma maneira pacífica, porém firme, pelos direitos dos negros americanos.O vice-presidente eleito dos EUA, Joseph Biden, e sua esposa Jillian, também participaram dos serviços em homenagem a King Jr junto a Obama e sua esposa Michelle."Amanhã (hoje), estaremos juntos como um povo na mesma área onde o sonho de King ainda ecoa. Enquanto fazemos isso, nós reconhecemos que aqui na América nossos destinos estão inextricavelmente interligados", disse Obama em comunicado."Nós determinamos que quando caminhamos, devemos caminhar juntos", disse o democrata. "E conforme avançamos nesse trabalho de renovar a promessa desta nação, vamos lembrar da lição de King - de que nossos sonhos separados são realmente um." . Os Estados Unidos marcaram ontem o dia de Martin Luther King Jr., com uma série de eventos comunitários chamados de "Renovar a América Juntos: um Pedido para o Serviço".Grandes multidões se dirigiram ao centro de Washington às vésperas da posse de Obama como o 44º presidente americano e o democrata fez um apelo por unidade e ação civil entre os americanos. Obama também disse ontem que ele conversou com o piloto que pousou com sucesso um Airbus danificado no rio Hudson, em Nova York, na semana passado, o capitão Chesley B. Sullenberger, da empresa US Airways."Ele disse: 'nós apenas fizemos nosso trabalho'. E isso me fez pensar, se cada um fizer o seu trabalho - seja qual for - como aquele piloto fez, nós estaremos muito bem", disse Obama. O presidente eleito convidou o piloto e a família dele para participarem da posse hoje. O presidente George W. Bush, que deixa o cargo, telefonou para o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, e para outros doze líderes internacionais, e agradeceu a todos o apoio proporcionado nos últimos oito anos.
Obama diz que enfrentar desafios não será fácilNo domingo, Obama compareceu ao Lincoln Memorial, dedicado ao presidente assassinado em 1865 que conduziu os EUA intactos durante a Guerra Civil e aboliu a escravidão. Na ocasião, Obama demonstrou uma visão sombria quanto aos perigos pela frente.O local foi onde King, em 1963, cinco anos antes de seu assassinato, proferiu seu lendário discurso "Eu tenho um sonho", um sonho no qual as crianças seriam julgadas pelo conteúdo de seu caráter e não pela cor da pele."A visão dele foi a de que todos os americanos devem dividir a liberdade para fazer de nossas vidas o que faremos; que nossas crianças cheguem mais alto que nós chegaríamos", disse Obama em seu comunicado.No discurso de domingo, Obama falou da "enormidade" dos desafios que os EUA têm diante de si. "Em nossa história, foram poucas as vezes em que gerações tiveram de enfrentar desafios tão sérios quanto os que temos hoje; nossa nação está em guerra; nossa economia está em crise", apontou Obama.Obama citou também os milhões de desempregados e as pessoas que perderam suas casas por causa da crise. "Eu não fingirei que enfrentar qualquer um desses desafios será fácil. Levará mais que um mês ou um ano, e deve levar ainda muito mais", apontou o presidente eleito.