terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Lula confirma salário mínimo de R$ 465

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou aos dirigentes sindicais com os quais se reuniu ontem que o Executivo está propondo ao Congresso um salário mínimo de R$ 465,00 (ante R$ 415,00 vigentes hoje). Segundo participantes do encontro, Lula informou que convocará os governadores para conversar sobre a manutenção da redução do ICMS dos Estados por considerar importante essa medida para aumento do volume do capital de giro das empresas. De acordo com o relato, o presidente se mostrou muito preocupado com as perspectivas para a economia neste primeiro trimestre. Lula disse, por três vezes, que esse período é “muito delicado”. Sobre a proposta dos sindicalistas de aumento das parcelas e valores do seguro-desemprego, o presidente disse que “é difícil”, explicando que as empresas precisam fazer caixa. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique Silva, informou que amanhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma reunião com representantes dos bancos públicos e, possivelmente de algumas instituições privadas, para discutir o nível de juro e dos spreads bancários. De acordo com o presidente da CUT, o presidente Lula afirmou a ele e outros sindicalistas, com quem se reuniu nas últimas três horas, que o custo do crédito é a questão mais importante dos efeitos da crise financeira no Brasil. “O presidente Lula se mostrou muito sensível a essa necessidade de se reduzir os juros no Brasil”, afirmou Artur Henrique. Ainda segundo ele, Lula deu a garantia aos sindicalistas de que, apesar do agravamento da crise, está mantido a política de concessão de aumento real ao salário mínimo. O sindicalista aconfirmou que o presidente Lula deverá se reunir no início de fevereiro com prefeitos e governadores para discutir as ações que as administrações regionais poderiam adotar para manter o ritmo crescimento econômico. O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, disse que Lula afirmou aos dirigentes de centrais sindicais que o governo vai convocar os 50 maiores investidores privados do País para saber sobre seus planos de investimento. “O presidente disse que o governo quer saber daqueles que estão suspendendo investimentos quais são os motivos e se estão ligados à crise”, disse Henrique, após deixar o Palácio do Planalto. O sindicalista afirmou que ficou acertado, na reunião, que enquanto durar a crise as centrais sindicais terão reunião periódica com o secretário geral da Presidência, Luiz Dulci. Também presente à reunião com Lula, o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Wagner Gomes, alertou que as centrais não aceitarão demissões em massa. “Faremos até paralisações, mas não vamos aceitar as demissões calados.”
Manifestações Representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de Campinas, Limeira, São José dos Campos e Baixada Santista marcaram, em reunião realizada ontem em Campinas um ato unificado para contestar a situação do trabalhador perante às consequências da crise mundial, no dia 12 de fevereiro, a partir das 14 horas, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Antes disso, metalúrgicos da região de São José dos Campos se reúnem em ato marcado para o próximo sábado, para manifestar a insatisfação com a condução dos reflexos da crise.
Fonte: Tribuna do Norte