O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) abriu ontem um processo administrativo para investigar possíveis fraudes no concurso destinado à contratação de 36 “Assistentes de Alunos”. Denúncias que chegaram à comissão do concurso na última quinta-feira e que foram enviadas também à TRIBUNA DO NORTE apontam “coincidências estranhas” no resultado final do processo seletivo.
“Temos de trabalhar com a presunção de boa fé de todos os candidatos, mas (a denúncia) nos chamou atenção. Com certeza foi uma coisa meio esquisita”, resume o professor Eduardo Bráulio, coordenador da comissão responsável pelo concurso, realizado pelo próprio IFRN. O processo administrativo deve cruzar dados de todos os candidatos e, se forem constatadas possíveis irregularidades, a Polícia Federal será acionada para realizar a investigação criminal.
As provas foram realizadas no último dia 20, em Natal, e 8.900 candidatos se inscreveram para disputar as 36 vagas. Dos nove primeiro colocados, cinco têm endereço no mesmo município, Apodi, e todos com basicamente as mesmas respostas nos gabaritos. Quatro acertaram 34 questões, com a mesma divisão por conteúdos (Português, Informática e Matemática). De acordo com a denúncia anônima enviada à TN, dois deles seriam de uma mesma família.
“Os gabaritos são realmente bastante semelhantes”, reconhece o professor. Um cruzamento dos cinco gabaritos aponta para a existência de apenas duas respostas diferentes, entre 40 questões aplicadas a cada candidato. Mesmo as seis respostas erradas tiveram praticamente as mesmas opções marcadas. Ainda assim Eduardo Bráulio prefere manter a cautela e diz que qualquer decisão sobre exclusão de candidatos, manutenção ou anulação do concurso, só será tomadas após o fim das investigações.
“Há de convir que, apesar das coincidências serem muitas, estamos trabalhando com um nível de acerto alto das provas. Os 36 aprovados acertaram entre 34 e 32 questões. Então isso implica em muitas coincidências. Se tivéssemos aprovados com 40 pontos todos teriam necessariamente o mesmo gabarito. Agora é claro que a medida que esse número diminui as chances de coincidências vão diminuindo, mas não é impossível”, alerta.
A maior parte dos envolvidos fizeram provas em locais diferentes, o que reduz o risco de uma “cola direta”. Eduardo Bráulio também considera mínimas as chances de alguém ter tido acesso prévio à prova, ou ao gabarito. “Nesse caso não seria lógico terem acertado 34. Iam ter acertado 38, 39”, lembra. Até mesmo detector de metal foi utilizado nas provas. “Por tudo isso, não descarto a possibilidade de gabaritos coincidentes.”
O coordenador da comissão lembra que é interesse da própria instituição esclarecer as dúvidas levantadas e nenhuma possibilidade será descartada das investigações. Até o momento, não houve convocações dos aprovados. As suspeitas quanto à possível fraude já vêm sendo debatidas em comunidades do Orkut e os suplentes têm se mostrado indignados com o suposto esquema.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE encaminhou a denúncia ao Ministério Público Federal e um processo administrativo também deve ser iniciado na Procuradoria Regional da República.
“Temos de trabalhar com a presunção de boa fé de todos os candidatos, mas (a denúncia) nos chamou atenção. Com certeza foi uma coisa meio esquisita”, resume o professor Eduardo Bráulio, coordenador da comissão responsável pelo concurso, realizado pelo próprio IFRN. O processo administrativo deve cruzar dados de todos os candidatos e, se forem constatadas possíveis irregularidades, a Polícia Federal será acionada para realizar a investigação criminal.
As provas foram realizadas no último dia 20, em Natal, e 8.900 candidatos se inscreveram para disputar as 36 vagas. Dos nove primeiro colocados, cinco têm endereço no mesmo município, Apodi, e todos com basicamente as mesmas respostas nos gabaritos. Quatro acertaram 34 questões, com a mesma divisão por conteúdos (Português, Informática e Matemática). De acordo com a denúncia anônima enviada à TN, dois deles seriam de uma mesma família.
“Os gabaritos são realmente bastante semelhantes”, reconhece o professor. Um cruzamento dos cinco gabaritos aponta para a existência de apenas duas respostas diferentes, entre 40 questões aplicadas a cada candidato. Mesmo as seis respostas erradas tiveram praticamente as mesmas opções marcadas. Ainda assim Eduardo Bráulio prefere manter a cautela e diz que qualquer decisão sobre exclusão de candidatos, manutenção ou anulação do concurso, só será tomadas após o fim das investigações.
“Há de convir que, apesar das coincidências serem muitas, estamos trabalhando com um nível de acerto alto das provas. Os 36 aprovados acertaram entre 34 e 32 questões. Então isso implica em muitas coincidências. Se tivéssemos aprovados com 40 pontos todos teriam necessariamente o mesmo gabarito. Agora é claro que a medida que esse número diminui as chances de coincidências vão diminuindo, mas não é impossível”, alerta.
A maior parte dos envolvidos fizeram provas em locais diferentes, o que reduz o risco de uma “cola direta”. Eduardo Bráulio também considera mínimas as chances de alguém ter tido acesso prévio à prova, ou ao gabarito. “Nesse caso não seria lógico terem acertado 34. Iam ter acertado 38, 39”, lembra. Até mesmo detector de metal foi utilizado nas provas. “Por tudo isso, não descarto a possibilidade de gabaritos coincidentes.”
O coordenador da comissão lembra que é interesse da própria instituição esclarecer as dúvidas levantadas e nenhuma possibilidade será descartada das investigações. Até o momento, não houve convocações dos aprovados. As suspeitas quanto à possível fraude já vêm sendo debatidas em comunidades do Orkut e os suplentes têm se mostrado indignados com o suposto esquema.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE encaminhou a denúncia ao Ministério Público Federal e um processo administrativo também deve ser iniciado na Procuradoria Regional da República.